Evento de coaching aborda emoção como estratégia para inovação

Pouca gente sabe, mas antes de se tornar dono do maior complexo de entretenimento do mundo, aos 18 anos Walt Disney foi demitido por falta de criatividade. Um percentual de pessoas ainda menor, tem noção de que diariamente perdemos chance de inovar devido ao preconceito: fator que torna invisível aos nossos olhos nichos de mercado completamente disponíveis, que estão aguardando ansiosamente pelo seu momento de inclusão – como os portadores de síndrome de Down por exemplo.

A boa notícia é que todos somos capazes de usar a emoção como poderosa ferramenta interna para mudar essa condição. Foi para compartilhar informações e cases relacionados à essa crença, que diversos empresários, especialistas nacionais e internacionais da área de vendas, marketing e coach, atraíram um público de cerca de 10 mil pessoas, no Celebration Power Life: evento que ocorreu entre os dias 4 e 5 de outubro, no Serra Park em Gramado.

As palestrantes Giovanna Antonelli e Tânia Zambon

Temas disruptivos como o potencial do publico com síndrome de Down, estratégias de vendas, marketing digital e neuromarketing integraram a programação. Com um auditório lotado e dividido por equipes de cores, Tânia Zambon, autora de seis livros em Neurociências e estratégias de negócios, vice-presidente da Executive Business Coaching foi quem comandou as temáticas e debates da programação do mega evento.

Nesses tempos de humanização da inovação, onde idéias postas em práticas resultam em benefícios equivalentes ou superiores à tecnologias de ponta, nossa equipe participou do evento com a missão de capturar em outras áreas, visões inovadoras e inspiradoras que pudessem ser validas para o setor denim.

Exaltando o valor da experiência como principal argumento para o espírito do nosso tempo, Tânia Zambon deu inicio a esse compartilhamento através da palestra Como levar sua equipe a um nível de alta performance em vendas e comprometimento,  usando a trajetória de “Walter Elias Disney”, o incomparável estrategista que transformou um pântano no maior complexo de entretenimento do mundo, para ilustrá-la. De acordo com a coach, na Disney o cliente é visto como o personagem principal, e dar a ele mais faz parte da visão da cultura corporativa do complexo.

Uma das estratégias mais interessantes adotadas para alcançar esse resultado, de acordo com a Tânia, tem haver com linguística: na Disney funcionários são chamados de membros do elenco, uniforme é fantasia, cliente é convidado, e entrevista de emprego se chama audição”, conta. De acordo com ela, uma nomenclatura corporativa estratégica que cria senso de empolgação; e permite aos funcionários sonhar o próprio sonho idealizado por Walter, tomando-o como seu.

“Apesar da robótica, na Disney os funcionários estão aumentando”, conta a coach. “Junto com a Google, a Disney é a empresa nº 1 onde as pessoas querem trabalhar e ela continua se expandindo já começando a concorrer também com a Netflix”, ilustrou.

“Eles enxergam concorrente como aliado que os motiva a sair da zona de conforto constantemente”, conta. Também mencionou o termo Philoxenia: que significa amor por estranhos, como elemento primordial praticado pela corporação para um bom atendimento.

Rafael Terra, jornalista especialista em marketing digital e CEO da Fabulosa Idea, em sua palestra  “50 estratégias de Vendas nas Mídias Digitais” enfatizou a importância das digital influencers. “As pessoas vão comprar seu produto se visualizarem outras que também já compraram e compartilharam suas experiências positivas com a marca”, afirma.  “Não adianta mandar brindes que nada tem haver com o que você vende: se o seu produto é joia, envie uma, e não uma caixa da marca com um doce dentro”, exemplifica. Rafael recomendou ainda, cautela para não frustrar o influencer. Entre as estratégias mais eficientes para as mídias digitais, apontou as “Lives” com convidados.

“Você pode chamar pessoas que são influenciadoras do seu business ou mesmo clientes que já compraram de vocês para que eles deem seu depoimento nas mídias digitais ao vivo e assim você vai estar dividindo audiência com seus clientes”, aconselhou. Para encerrar, Rafael destacou a importância de se finalizar um conteúdo com uma ação que engaje interação. “Marque sua amiga, você concorda, são exemplos de comentários que incitam uma ação e quanto mais comentários uma ação tiver mais ela vai viver”, concluiu.

Alex Duarte, empresario, educador e diretor do filme do projeto Cromossomo 21, trouxe a tona o tema da transformação social através da sua palestra “Inclusão como estratégia para inovação”. O cineasta, que transformou o problema da exclusão das pessoas com síndrome de Down em inspiração para um filme após entrevistar uma jovem e largar o oficio de jornalista para pesquisar a realidade da exclusão, usou seu case para ilustrar o quanto o preconceito é um fator limitante para o potencial humano.

“O meio favorece o desenvolvimento”, afirmou o cineasta ao mencionar o recente projeto Expedição 21, que colocou 18 pessoas com Down em uma casa para morar sozinhas provando que elas tem capacidade para crescer muito mais, se respeitadas em seu potencial. De acordo com ele, inclusão não é favor e sim estratégia.

“Existem 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo, 24% delas estão no Brasil”, conta Alex, mencionando dados do instituto Mckenzie. “O impacto que as pessoas com deficiência causam nas empresas em que trabalham é positivo, as pessoas faltam menos, se organizam mais”, compartilha. Além do mais, é um público consumidor que quer amar, trabalhar, se emancipar e não se enxerga representado – um mercado a ser explorado.

“Aplicando Estratégias de Neuromarketing para Alcançar o Sucesso Profissional e Pessoal” foi o foco da atração internacional, dra. Alla Ignashchenkova, doutora em Neurociências. Alla explicou que o que vemos é um campo muito menor do que o que o nosso cérebro realmente capta. “O nosso cérebro escolhe o que vamos ver através da atenção, ele escolhe oito imagens para entender onde estamos e o que vamos fazer”, explicou. Ainda de acordo com a Dra. em Neurociências, a área do cérebro que queremos ativar o tempo todo é a área do prazer, é ela que devemos acionar através das campanhas de marketing.

Esta sensação de prazer, de acordo com a especialista, é entendida pelo cérebro como uma promessa de recompensa – e não necessariamente a recompensa em si. “Sempre que vemos luzes no Instagram ou Facebook, isso ativa nosso sistema de recompensa”, exemplificou. Cores mais salientes e rostos, de acordo com a doutora, estão no topo do que automaticamente nos atrai. Mas para que efetivamente capturem a atenção, tem que prometer a “recompensa certa”, algo que pode até mesmo estar representado nas expressões faciais de uma foto, já que o que pensamos, é também manifestado pelos músculos da nossa face, explicou.

Michael Lopes D’Avila, presidente do Instituto Tânia Zambon, em sua palestra “Como a sua equipe pode se transformar em um rolo compressor em vendas” abordou a importância de transformar estratégias em ações concretas; e sublinhou características como flexibilidade e empoderamento emocional como ferramentas para alcançar tal engajamento. Temas como gestão comportamental, transformação de crenças limitantes em comportamentos positivos e tendências que estão alterando a cultura das empresas também integraram os conteúdos da palestra.

Ainda entre os palestrantes, constaram nomes como o da atriz Giovana Antonelli, que compartilhou através do tema “Vai dar certo: como alcançar uma carreira internacional”, suas experiências de transposição de adversidades que a levaram de atriz a empresária. O evento também contou com a exposição de diversas empresas que passaram pelo treinamento de coaching do Instituto Tânia Zambon, desde franquias de gestão até energia solar.

*Agradecimentos a Lilica Cesar de Mattos e equipe.

Fonte: Vivian David | Fotos: Equipe Guia JeansWear e Edmara Ferreira de Oliveira