LYCRA® promove terceira edição do Trend Session com foco em tendências e varejo de moda

A LYCRA® completa 60 anos em 2018 e vem realizando diferentes ações, eventos e comemorações como o Trend Session, ciclo de palestras realizado na semana passada em São Paulo e que reuniu toda a cadeia têxtil entre malharias, tecelagens, confecções e varejistas.

“Assim como aconteceu em Fortaleza, o Trend Session atrai a participação das grandes cadeias de varejo, marcas bem posicionadas, confecções de larga escala, influenciadores e dirigentes de empresas líderes de setores para os quais o conteúdo tem relevância. A marca LYCRA® está na vanguarda das tendências mundiais e é uma das principais formadoras de opinião do setor, conectando toda a cadeia têxtil, com conteúdo relevante, atual e provocativo”, analisou Denise Sakuma, Diretora de Negócios da LYCRA®.

O público acompanhou a palestra com Evilásio Miranda da agência francesa de tendências NellyRodi, que falou sobre Outono/Inverno de 2019.

“O grande desafio das marcas atualmente é impactar a nova geração através de ações que envolvam temas como sustentabilidade. Elas devem olhar para o tradicional se aproximando desses novos consumidores. Grandes marcas buscam novas linguagens para conversar com a Geração Z”, explicou o consultor.

Confira o que foi apresentado por Evilásio.

Para o Outono/Inverno 2019, Evilásio aponta algumas diretrizes que vêm evoluindo nas últimas estações. A principal tendência gira em torno do Radicalism, que traz um mundo dividido, com muitos problemas e onde as pessoas voltam às suas raízes para entender tudo o que vem acontecendo. As cores giram em torno das “matérias escuras” com acinzentados, tinta roxa e ultra-ardôsia como pano de fundo.

Já os consumidores do tema Master, buscam excelência em todos os momentos, são simples e sofisticados, valorizam a cor e a formas arquitetônicas em tons de azuis que combinam entre si ou ácidos e destoantes como vermelho escuro, amarelos, pink, blocos de cor e tom sobre tom.

No tema Rider, as pessoas buscam algo, não importa a origem ou destino, eles querem alcançar o sucesso, chegar lá por meio do consumo e gostam de ostentar. Aqui a inspiração vem de dinastias que falam de carros e cavalos e tons que giram em torno do marrom, ocres ou dourados e o vermelho ferrari. Texturas e tecidos tradicionais, bordados ornamentais, padronagens revisitadas fazem sucesso. Destaque ainda para os brasões, escudos, estilo preppy e acabamentos com efeitos metalizados, plastificados e passamanarias.

O Oddity traz consumidores jovens e utópicos, a geração Z, que vem crescendo e influenciando a moda com seus sonhos e ideais. São as princesas punk e empoderadas que abusam das estampas com grafites, pixações, estilo grunge, destroyed, com texturas tridimensionais e cores que passeiam entre os acinzentados e esmaecidos e os tons sólidos, metalizados, holográficos, com brilhos.

E por fim o Spirit, que busca o prazer das coisas autênticas, cultivando a mente e os sentidos, brincando com o tempo e mesclando o novo e o velho, onde entram florais, o novo vintage, e tons como se fossem o chá da tarde de um inverno, com acinzentados, roxo, rosa, azul e marrom, verde e petróleo.

VAREJO

Camila Salek, diretora da VIMER Experience Merchandising, explorou o tema “Jornada”, a partir de sua vivência de mercado e expertise atuando a frente da empresa. A executiva falou sobre inovações e tendências do varejo e do consumo detectadas nas últimas viagens de pesquisa a destinos como Milão, Londres, Nova York, Tokyo, entre outros.

“O consumidor estabeleceu um novo balanço entre a compra digital e a compra física, mas mesmo assim ele quer ter boas experiências nas duas possibilidades. Já as marcas precisam ter uma relação de transparência com o público, que por sua vez, quer mais do que produtos. Ele quer experimentá-los e vivenciar as experiências proporcionadas pelas marcas”, disse a executiva.

Confira os principais pontos de sua palestra.

Camila comentou sobre os diferentes canais de comunicação com o cliente. “Atualmente não existe um só canal, mas diversos que aliam comodidade e experiência como, por exemplo, a Sephora que utiliza o meio digital interativo em suas lojas físicas. O varejo físico é a conexão entre os canais de vendas, e a tecnologia vem como um meio e não como um fim”, afirmou Camila.

Ela ainda acrescentou que mesmo com os avanços digitais nada substitui a experiência ao vivo, sendo que o ambiente físico conquista pelo emocional, experiência de consumo e é usado como ponto de mídia e o digital pelo preço e comodidade, onde podem ser oferecidos produtos já conhecidos, uma vez que não é possível experimentar ou tocar .

“Há poucos anos chegamos a discutir profundamente a morte das lojas. Hoje, o que se vê é um movimento contrário que confirmou um excelente resultado no uso combinado do ambiente físico com o digital para atuar na conexão emocional da marca com o consumidor”, explicou Camila.

Platform thinking

Camila apresentou também o conceito “Plataforma de Pensamentos”, onde abordam-se a otimização de coisas através de plataformas que cruzam experiências.

Outro assunto comentado por Camila foi o compartilhamento de serviços dentro do ambiente de varejo, as “hubs sociais”, com lojas que oferecem espaços para leitura, aulas de yoga gratuitas, lavanderia, entre outras opções que façam com que os clientes passem mais tempo em loja.

Já a Transparência é outro item muito importante dentro do varejo de moda. “A gente vive num momento onde o volume de informações produzidas é crescente e o acesso à elas também. Por isso, é importante tornar acessíveis essas informações que envolvem processos de produção e sua cadeia, especificações de origem e propósito”, comentou Camila. Segundo ela, o propósito é nosso novo básico e falar a verdade envolve até abrir os custos totais aos consumidores. Já existem marcas que apresentam em suas lojas online esses dados. “Em um mundo que caminha para o “ser” acima do “ter”, é preciso amar o que se faz e ser o que se consome. O consumidor precisa ser conquistado através dos seus propósitos pessoais que se conectam com os propósitos que movem a marca e isso só é possível a partir de um discurso autêntico”, comentou Camila.

O varejo precisa ainda investir na comunicação direta com seu cliente. Chegar até ele e não esperar vir até o varejo. “São crescentes as possibilidades de pontos de contato para acessar o consumidor e muitas marcas estão explorando esta relação direta que vai muito além da discussão de canais. A busca está em entender a necessidade do consumidor e criar pontos de contato simples e acessíveis para cada público”, disse Camila.

Além disso, cada vez mais conquistam-se os clientes através de descontos e oportunidades. “O comportamento de consumo apresentado em períodos pós-recessão, se volta para a demanda do consumo de oportunidades – lojas de desconto – e do consumo de experiência – não necessariamente atrelado a posse de um produto”, afirmou Camila.

E, por fim, a experiência dentro do ambiente físico é muito importante, onde há um espaço para o consumidor interagir e também compartilhar experiências divulgando a marca ou produto em suas redes sociais, por isso, quanto mais chamar atenção, melhor, claro que sempre de acordo com cada público-alvo. “Com tantas opções para acessar o produto, podemos entender claramente que a ida ao ponto de venda não se limita a compra, o consumidor busca por mais, quer se relacionar, ser conquistado, experimentar o produto e vivenciar o universo da marca”, afirmou Camila.

Camila finaliza: “A capacidade de se adaptar rapidamente acompanhando a velocidade de mudanças do mercado consolida o papel estratégico do varejo, na construção da relação entre marca e consumidor”.

Fonte: Vanessa de Castro | Fotos: Reprodução