Produção de têxteis e vestuário cresceu menos em março

A produção industrial de artigos têxteis e de confecção vem perdendo força nos três primeiros meses de 2018, saindo de um aumento de 9,20%, em janeiro, para 2,40%, em março, na comparação com os mesmos meses de 2017. É o que indica pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 12 meses, a evolução do setor também vem recuando, partindo de um crescimento de 5,50% nos 12 meses encerrados em janeiro para alta de 4,60% nos 12 meses fechados em março.

A Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) vê o resultado do período como a combinação de um varejo com ritmo lento e agravamento significativo das importações de vestuário.

No entanto, a entidade projeta que se o inverno for mais rigoroso, a desaceleração será revertida, bem como mantidas as estimativas perto do que haviam sido feitas para este ano. No final de 2017, a Abit havia previsto crescimento de 2,5% para a produção de vestuário e de 4% na área têxtil para 2018 e reconsiderou as projeções neste mês para 1,4% e 3,6%, respectivamente, tendo em vista o conjunto de fatores no atual cenário.

Exportações aumentam cerca de 8% no primeiro quadrimestre de 2018

Durante os primeiros quatro meses do ano, o valor em dólares das exportações de têxteis e confeccionados aumentou 7,95% e o das importações, 29,05%, na comparação com o mesmo período de 2017.

“O consumo no nosso setor está morno. O consumidor está fazendo escolhas e, como não há bolso para tudo, a performance de toda a cadeia têxtil e de confecção está tímida. Assim, é importante o aumento das exportações, que analisamos com cauteloso entusiasmo. Vamos continuar trabalhando para mais competitividade no mercado global”, salienta Fernando Pimentel, presidente da Abit.

O déficit da balança comercial cresceu 34,19% no quadrimestre, quando comparado com 2017. Ainda de acordo com a entidade, os dados da balança comercial setorial corroboram o que já havia sido apontado no início do ano, porém em um ritmo mais intenso do que o esperado, principalmente em confecção.

Segundo Pimentel, tal cenário não deverá ser impactado com as recentes mudanças cambiais, pois o aumento das importações não se deve apenas a esse fator, mas, sobretudo, aos problemas internos que afetam a competitividade do setor, como juros e impostos muito elevados.

“Esses níveis diferentes de exportação e importação têm provocado um aumento na participação do produto importado no consumo aparente nacional. Analisando os números atuais, em 2018 temos uma expectativa de importar têxteis e confeccionados em torno de 6 bilhões de dólares e exportar entre 1,1 bilhão”, sinaliza Pimentel.

Fonte: Redação | Fotos: Reprodução