Bastante influenciado por uma viagem para a India – específicamente pelos métodos de ornamentação com os quais se deparou, Johson Hartig encontrou a inspiração inicial para a coleção de inverno 2013 (equivalente à 2014 brasileiro) das roupas femininas e masculinas da marca Libertine. A viagem incluiu um verdadeiro “garimpo” de tecidos e materiais de ornamentação: pedrarias douradas, ou em tons de safira e esmeraldas são alguns exemplos. Além da Índia, o designer trouxe também influências do Marrocos dos anos sessenta e punk dos anos 70. Uma viagem em diferentes tempos e culturas, que se desdobra em uma profusão excessiva de texturas, estampas e cores.

A alquimia elaborou uma coleção rica em informações que podem ser desdobradas em diferentes apelos de moda. Uma segmentação é capaz de contemplar desde o gosto do público criativo através de estampas gráficas com motivos de “olhos orientais”, até o estilo mulherão nacional por intermédio das peças excessivamente ornamentadas.

Os comprimentos diferenciados da temporada foram trabalhados em interpretações bastante familiares mantendo o tom renovado. Mas para o jeans, o ponto alto foi as lavagens. As peças mais “usáveis” do desfile foram as estampas serigrafadas e em tie-dye das calças jeans. Uma linguagem que dialoga bem com as calças manchadas e enfeitadas, que tem se consolidado no mercado nacional, utilizando a mesma linguagem mas de forma renovada. Praticamente um “primo” recém chegado do estilo bleached, com apelo comercial similar aos degradês. Pelo potencial desta proposta, ressaltamos a lavagem como uma boa ferramenta para atualizar peças corriqueiras do mix jeanswear elevando seu valor de moda.

Também as estampas gráficas, com motivos étnicos são boas e descoladas referências, principalmente para o público teen. Já as características exóticas e enfeitadas das influências marroquinas e indianas são bons temas para o vaidoso público feminino nacional.

VIVIAN DAVID / FOTOS: REPRODUÇÃO