Casos de lavanderia – Parte 2 by Ju Medina e Geisa Camalionte

Como “inaugurado” na última matéria, vamos a mais um episódio da nossa Série “Casos de Lavanderia”. Hoje falaremos sobre o ESTRANHO CASO DAS PEÇAS QUE RASGAM APENAS NOS CANTOS DOS BOLSOS TRASEIROS.

Quem é de lavanderia sabe bem o quanto essa frase nos apavora!

E, quem é de tecelagem, sabe o quão surreal é quando ouvimos “o tecido rasgou apenas no canto do bolso.” (Geralmente essa frase com o tom e objetivo de indenização).

A verdade é que alguns fatores podem ser responsáveis por isso. Porém, antes de enumerarmos aqui esses fatores, vamos ser sinceros NENHUM TECIDO RASGA SOMENTE NO CANTO DOS BOLSOS. NENHUM! Se há alguma perda de resistência nele, tal problema aparecerá em outras partes da peça também. Principalmente, onde há maior concentração de dobras de tecidos e, consequentemente, costura. Mas nunca – jamais – em hipótese alguma – somente no canto dos bolsos!

Sem mais delongas, vamos a alguns fatores:

– Falta ou má neutralização de alguns químicos, como por exemplo, enzimas de estonagem;

– Enxagues ineficientes entre um processo e outro, resultando na concentração de químicos nesses cantos;

E aqui já vale ressaltar uma observação: A PEÇA NÃO TERMINA QUANDO SAI DA MÁQUINA DE LAVAR, NEM QUANDO SAI DA SECADORA. A PEÇA FINALIZA DEPOIS QUE É PASSADA. Por isso, algumas problemáticas aparecem somente depois da passadoria.

Voltando aos tópicos:

– Excesso de carga dentro das máquinas. Considerando as lavadoras, centrífugas e secadoras;

– Excesso de ar nas boias pneumáticas (tanto para used quanto para diferenciados);

E finalmente, os mais comuns:

– Pontos caídos do travete e/ou pesponto do bolso;

– Tensão desregulada dessas costuras;

– Falta ou excesso de pontos nos travetes;

– Excesso ou má “dobra” dos cantos dos bolsos.

Sim, em sua grande maioria essa problemática está ligada mais a costura do que a lavanderia. Entretanto, como sabemos, todo e qualquer problema que houver na execução de uma peça, absolutamente tudo, se revelará na lavanderia.

É obvio que podem existir mais variantes sobre esse assunto. Por isso, uma análise cuidadosa e muito criteriosa, feita por quem tem amplo conhecimento sobre TODOS os processos de produção pelos quais um produto jeanswear passa, deve ser feita a fim de esclarecer e só então, laudar o problema.

Mais uma vez como costumamos dizer, uma ENGENHARIA DE PRODUTO bem feita, sempre se faz mais do que importante; é necessária!

E aí, gostaram do caso de hoje?

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Um grande beijo nosso!

Fonte: Ju Medina e Geisa Camalionte | Foto: Divulgação