A fusão entre Arezzo e Grupo Soma foi confirmada nesta segunda-feira (5). O negócio entre as companhias visa a criação de uma gigante do varejo nacional com mais de 30 marcas de roupas, calçados e acessórios e um faturamento conjunto avaliado em R$ 12 bilhões.
Durante a assinatura dos contratos de incorporação do Grupo Soma pela Arezzo&Co, os acionistas de ambas as empresas concordaram com a divisão de 54% do capital da nova empresa para a Arezzo&Co e 46% para os acionistas do Grupo Soma.
De acordo com especialistas do mercado financeiro, a operação que fará com que a empresa possua mais de 2 mil lojas físicas próprias e 22 mil funcionários, terá poucos efeitos voltados para o consumidor final.
Segundo eles, dificilmente haverão mudanças de preço nos produtos oferecidos pelas marcas da companhia e ainda acreditam que a concentração do megagrupo não seja desfavorável para a justa concorrência, visto que a receita anual do mercado de moda nacional supera os R$ 200 bilhões.
O maior benefício para a nova empresa será conseguir atender os clientes de renda média e alta com o aumento de seu portfólio de produtos, entretanto enfrentará dificuldades em conciliar a cultura organizacional de ambos os grupos.
Alexandre Birman, presidente-executivo da empresa, acredita que as grandes vantagens para os clientes sejam:
-O compartilhamento de melhores práticas no que tange a experiência do consumidor;
-A entrega mais rápida e melhor preço de frete (através de centros de distribuições regionais que abranjam todas as marcas);
-A maior distribuição de marcas que ainda são mais regionais;
-O fortalecimento da estrutura de cada grife (sabemos que várias etiquetas na moda brasileira deixam de existir por causa de estrutura, resultando em clientes desatendidos);
-A adoção de melhores práticas de qualidade em relação ao produto e melhor eficiência técnica.
Para Roberto Jatahy, CEO do Soma e que será o responsável pela unidade de vestuário feminino do novo grupo, o grande sonho é criar algo global para a nova empresa. “Temos um problema no Brasil que é a dificuldade de crescer. Então temos que aumentar o nosso mercado endereçável, crescendo em outros países. Já pensamos muito numa expansão na América Latina,” comenta ele.
O megagrupo será dividido em quatro grandes unidades de negócio: vestuário feminino e lifestyle, de Farm a Animale, com Roberto Jatahy; vestuário democrático, que irá concentrar a marca Hering, comandada por Thiago Hering; vestuário masculino, com a Reserva como carro-chefe, sob a batuta de Rony Meisler e calçados e acessórios, com marcas como Arezzo, Schutz e Anacapri, sob o comando de Luciana Wodzik.
Fonte: Ana Gimonski | Foto: Divulgação