Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente – data instituída pela ONU há 52 anos que tem como objetivo promover a conscientização e a ação global em prol da proteção ambiental.

Muita coisa mudou de lá para cá, grandes conquistas e melhorias, porém ainda temos um longo caminho pela frente. E se você trabalha dentro da cadeia de moda, sabe que o setor é o segundo que mais polui a natureza, atrás somente do petróleo. Utilizamos muito poliéster, água e energia.
Tais materiais sintéticos como o poliéster demoram cerca de 200 anos para se decompor. Já pensou nisso ao adquirir uma roupa nova? Além disso, os tecidos liberam microplásticos na atmosfera, que prejudicam a biodiversidade e a saúde humana.
Aí seguimos para outro problema: muitas e muitas roupas são jogadas fora. Temos como exemplo, o lixão no deserto do Atacama que reúne em torno de 60 mil toneladas de peças acumuladas há 16 anos, o que representa um risco ambiental e de incêndio. Em sua maioria, são peças novas confeccionadas na Ásia e enviadas para Europa e Estados Unidos. Depois, os produtos que não foram comprados acabam sendo arrematados por vendedores de segunda mão, no norte do Chile, que pretendem revendê-las para os países latinos. Contudo, os que ainda não são adquiridos têm como destino final o aterro no Atacama.
E o que nós, como uma cadeia de moda e dentro do segmento jeanswear podemos fazer em relação à isso? ECONOMIA CIRCULAR – essa é a principal saída para conseguirmos mitigar todos os males que vêm acontecendo à natureza, em todos os aspectos que permeiam a vida humana. O caminho é trabalhar com resíduos têxteis, reaproveitando retalhos, sobras de produção, tecidos antigos, aviamentos que não foram utilizados para construir novas peças, sejam fios ou o conceito do upcycling.
A reciclagem de materiais têxteis é uma forma de reduzir o impacto ambiental e social da indústria da moda, que gera cerca de 175 mil toneladas de resíduos por ano no país. Segundo o Banco Mundial, se nada for feito, o mundo produzirá 3,4 bilhões de toneladas de lixo por ano até 2050.
Outra maneira de trabalhar com o circuito fechado na moda (onde nada é descartado e por consequência, não afeta o meio ambiente) é consumir em brechós. E, quem já torce o nariz pensando em coisas velhas, expostas de forma desordenada, saiba que os modelos de luxo e até os mais acessíveis, ganharam novo conceito e visual inovador nas lojas físicas. Vale a pena experimentar, seja vendendo suas roupas, seja consumindo peças usadas.
Dentro da fabricação e lavanderia, já abordamos aqui sobre várias companhias que utilizam menos água e produtos químicos ou zeraram o uso de substâncias nocivas ao meio ambiente e isso acontece desde a produção do algodão até a confecção de um novo jeans.

Produtores de algodão sustentável, novas fibras que utilizam menor quantidade de água como o cânhamo, fios ecológicos como os produtos da Lenzing provenientes de florestas certificadas, tingimentos naturais, tecnologias que eliminam processos, há inúmeras ações dentro desse contexto.
É a moda brasileira de mãos dadas para construir um mundo melhor para todos.
Fonte: Vanessa de Castro | Foto: Divulgação