Olá, pessoal! Olá, sangues azuis!
Vamos começar a matéria já agradecendo o grande sucesso que vem sendo todas as matérias e tudo isso graças a vocês! Nossas matérias toda semana estão entre “AS MAIS LIDAS” aqui do GJ!!! É muito gratificante receber essa devolutiva das matérias que estamos fazendo com tanto comprometimento em entregar conteúdos pertinentes ao segmento. Todas são pensadas com muito carinho e escritas com muita dedicação!

Bom, como dissemos na matéria anterior, o Tema USED será uma breve trilogia sobre o assunto e hoje iremos apresentar a segunda parte. A primeira matéria foi um “aulão”. Já nessa, vamos falar da parte que mais interessa aos amigos de lavanderias que colocam a mão nas peças e desmistificar o assunto para os clientes das lavanderias: PRODUÇÃO.
SOBRE A PRODUÇÃO:
Às vezes até parece aquele o meme “EXPECTATIVA X REALIDADE”.
EXPECTATIVA: used degradê com pontos de luz, limpo, com marcações de costuras etc.
REALIDADE: visual bem-marcado e sem degradê, estilo “traseiro de Babuíno” (esse Babuíno aí mesmo que vocês pensaram, o macaco de traseiro vermelho), sem contraste com o fundo, migrado e por aí vai a ausência de boas características…
“Por que a piloto fica linda e a minha produção nem tanto?” (por vezes, essa é uma das frases mais comuns que se ouve no mercado).
Primeiro, temos que entender 2 fatores muito importantes: TEMPO e PREÇO
Para tentar exemplificar esses fatores, vamos a dois cenários distintos de cálculo rápido:
1) Se você tem um(a) aplicador(a) de USED, m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o(a), que faz aplicações em peças em 10 seg ; imagina numa produção/dia com eficiência de 70-80%, esse(a) aplicador(a) irá produzir por dia:
1 min /10 segundos x 60 min (1h) x 8 horas trabalhadas = 2880 x 70/80% + ou – = 2000 a 2300 peças/dia.
2) Agora vamos imaginar um USED bem aplicado, com detalhes, cuidados de 1 min:
1min / 1min x 60 min (1h) x 8 horas trabalhadas = 480 x 70/80% + ou – = 330 a 380 peças/dia.
Na teoria, esse deveria ser o cálculo de como cobrar pelo processo de USED. Porém, na prática da fatídica realidade, sabemos que não é tão bem aplicável comercialmente, infelizmente. Logo, as lavanderias parceiras e/ou as confecções que possuem lavanderia própria, ambas precisam encontrar um equilíbrio, e não trabalharem o “8 ou 80”.
Não podemos deixar de considerar as inúmeras variáveis que existem nos cenários que apresentamos acima. Mas uma coisa tem que ser dita: ao contrário do que se pensa, o processo de USED não é ou não deveria ser o “mais barato” como alguns clientes pensam ser. Ele não é tão simples assim. Fazendo aqui um refresh da primeira parte, vamos citar o que é preciso para fazer esse processo, seja ele pequeno ou não:
-Permanganato de Potássio (que necessita de Licença da Polícia Federal Química e outras Certificações e Licenças)
-Metabissulfito de Sódio (que necessita um armazenamento correto e salubre)
-Manequins infláveis e giratórios (que necessitam de boa manutenção e calibração para que outras problemáticas não aconteçam)
-Cortina de água ao fundo (para capturar as partículas suspensas dos jateados e minimizar a insalubridade do ambiente)
-Pistolas para jatear (que por vezes necessitam de constante troca ou manutenções, bem como suas mangueiras)
-Um bom compressor de ar (para não deixar que variantes de pressão aconteçam e prejudiquem o visual final)
-EPI’s específicos (que exigem trocas e manutenções constantes)
-Ambiente separado ou reservado dos demais (com boa circulação de ar e boa iluminação)
-T.E. (Estação de Tratamento de Efluentes) para tratar os resíduos sólidos e químicos
-Profissional Aplicador(a) de Used – aqui sim, com certeza, está uma das principais chaves para um used bem-feito
Citamos acima apenas 10 informações que são premissas básicas para a realização do USED. E como vocês podem imaginar, as considerações não param por aí… Isso quando falamos de uma empresa que trabalha legalmente. Porque se formos falar das que trabalham de forma ilegal ou imprópria… afff, daí muitos preços praticados no mercado são justificáveis.
Você aí que pede por um processo de USED e quer pagar “X” centavos ou pouquíssimos reais, alegando que “é só um USED”… Bem, você viu que de “SÓ” não tem nada! Ah, e isso vale para o famoso “cotonete” que muitos adoram!
*Observação importante aqui: nós, Ju e Geisa, odiamos a palavra cotonete! rss Cotonete é aquilo que se usa na higiene. Vocês podem falar DESTAQUES DAS COSTURAS COM PINCELADO, DESTAQUE DAS BORDAS, etc…
Fica tão feio e estranho quando as blogueiras ou blogueiros apresentam peças nas redes sociais e usam a palavra “cotonete”. Já tentaram traduzir para um gringo? Hahaha você verá na cara dele que a palavra usada não é apropriada para o processo. Tentem PINCELADO e já está ótimo! Quer dizer, melhor que “cotonete”.
Contudo, concluímos que, a precificação do processo do USED, bem como muitas coisas no beneficiamento do jeanswear, é um dos seus grandes desafios. Dentre eles, o cliente ter a consciência de que nada no jeanswear se trata de “SÓ”.
Portanto, tudo TEM SEU PREÇO e o principal, VALOR.
Se o USED for bem-feito então, o VALOR aparece ainda mais!!!
E assim, concluímos a segunda parte dessa trilogia sobre o USED.
Esse processo que entrega um visual que não desaparecerá tão cedo do gosto de alguns consumidores de jeans.
Reforçando: VISUAL DO USED – que não necessariamente precisa ser feito com permanganato. Já que existem químicos no mercado que o substitui, até mesmo com melhor performance e ecologicamente mais sustentável.
Até a próxima!!
Um grande beijo nosso,
Fonte: Ju Medina e Geisa Camalionte | Foto: Divulgação