Na última quinta-feira (09/10), a palestra “ESG, Liderança e Estratégias de Negócios” encerrou a edição de 2023 do Congresso Internacional Abit. A palestra foi ministrada por Rachel Maia, primeira mulher negra presidente, conselheira e consultora de grandes empresas, como grupo SOMA, que abordou temas sobre reciclagem e inclusão, especialmente em varejo de moda.
A COP 30, marcada para acontecer na Amazônia, precisa receber grandes exemplos de inovação e transformação, segundo a palestrante, mas ela sabe que será duro, pois é necessário investimento. Participante de cinco Conselhos Administrativos, como o do Banco do Brasil, Rachel acompanha de perto a dificuldade dos pequenos empresários. Porém, também no Conselho da Vale, observa uma outra conversa e outro olhar, com dificuldades diferentes. Em um ano e meio, as empresas deverão trazer em seus produtos o rastreio de quanto foi usado de água e só irá transitar no mercado se também trouxer no seu RG as ações in e out de sustentabilidade (dentro e fora da empresa).
“Se você não tem pluralidade de raça, deficiência, gênero, seu produto não será chancelado para venda. São pontos que são críticos e o tempo está correndo” alerta Rachel. “A transformação é uma jornada e as empresas estão trabalhando, dependendo às vezes do fornecedor, e isso não é ser Green Washing (criar uma imagem sustentável que não é real na prática). Empresas que estão trabalhando e têm suas metas, ainda que longe de outras, não são greenwashing. Todos nós estamos neste processo, pois não basta assinar o Pacto Global, tem que estar na jornada”, completa a palestrante.
Rachel fala de letramento e não de treinamento, ou seja, letramento como desconstrução e isso não é fácil, chegando a ser doloroso e de movimentos diários. “Não é só o agro que é pop, a mineração também é pop porque emprega e transforma. Quem gera emprego é pop, como o têxtil. Eu sou coordenadora de sustentabilidade Global pela ONU e é sobre transformar vidas que estamos falando”. Mudar mindset de empresário é estar na jornada. “Mulheres devem se posicionar e serão excluídas das rodinhas, mas não devem desistir. Se não mudar, é porque não te cabe. Mas, não devemos deixar de falar. Isso serve para questões como gordofobia, pois não sou eu que tenho que emagrecer, são eles que têm que me atender e com produtos sustentáveis”
Fonte: Abit | Foto: Divulgação