Segundo o Fashion Transparency Index 2021 (Índice de Transparência da Moda 2021), que entra em sua sexta edição, a indústria da moda segue “muito lenta” no fornecimento de detalhes sobre práticas éticas e sustentabilidade.
O relatório, que acompanha 250 das maiores marcas e varejistas de moda do mundo, afirma que as empresas alcançaram uma transparência média de apenas 23% quanto às suas práticas de sustentabilidade, incluindo emissões de carbono, resíduos têxteis e remuneração dos trabalhadores.
Entre as empresas citadas, as que tiveram as maiores pontuações globais foram OVS, H&M, The North Face e Calvin Klein, entre outras. Já as marcas de pior desempenho incluem nomes como Roxy, Max Mara, Tory Burch e Tom Ford.
Quase todas as grandes marcas da moda, cerca de 99%, ainda não divulgaram o número de trabalhadores da sua cadeia de abastecimento que ganham um salário mínimo. Atualmente, 96% não têm um roteiro público sobre como planeiam conseguir um salário mínimo para todos os seus trabalhadores.
62% das marcas tornam público o seu índice de pegada de carbono nas respetivas operações, porém, as mesmas não estendem essa divulgação a toda a cadeia produtiva.
Cerca de um quarto (26%) publicam dados sobre a pegada de carbono de seu processamento e fabrico. Quanto às matérias-primas, apenas 17% o fazem. Portanto, o impacto do processo de produção, desde a matéria-prima até a roupa pendurada no cabide da loja, “permanece amplamente desconhecido“.
O relatório também aponta que mais de um terço das marcas declaram publicamente o seu progresso na redução do uso de embalagens plásticas virgens. Contudo, apenas 18% divulgam o percentual de têxteis derivados de combustíveis fósseis que utilizam.
O Índice de Transparência também denunciou a indústria da moda pela falta de informação sobre a resposta à pandemia da Covid-19 e à ação climática. De todas as marcas de moda avaliadas, apenas 3% divulgaram o número de trabalhadores que foram desvinculados devido à pandemia.
Além disso, somente 18% das grandes marcas divulgaram o número de pedidos totais ou parciais que cancelaram. As marcas também mantêm a sua política de pagamento a fornecedores em segredo, o que por sua vez afeta os trabalhadores do setor de confecções que empregam. Menos de 10% das marcas incluídas no índice traçam uma política de pagamento aos fornecedores até 60 dias.
“A transparência é a base para as mudanças transformadoras, mas, infelizmente, grande parte da cadeia de valor da moda permanece desconhecida, enquanto a exploração humana e ambiental prospera impunemente“, afirma o índice.
O levantamento é baseado em informações divulgadas pelas maiores marcas de moda do mundo sobre as suas políticas, práticas e impactos ambientais, sociais e governação corporativa. Este coleta informações dentro das operações das empresas, bem como em todas as suas cadeias de abastecimento.
Fonte: Redação | Foto: Reprodução