Na semana passada, a NK Store, localizada nos Jardins, em São Paulo, abriu as portas da primeira unidade brasileira do Le Café Lacoste em seu espaço multimarcas. Com um cardápio exclusivo e personalizado, o café funcionará temporariamente como parte da estratégia de ativação da nova coleção da Lacoste, desenhada pela diretora criativa Pelagia Kolotouros e apresentada na Paris Fashion Week em março deste ano. O Le Café Lacoste combina moda e café de forma inovadora, oferecendo uma experiência imersiva que reflete a elegância e a tradição francesa da marca, trazendo um toque moderno ao ambiente.
O conceito de Le Café Lacoste foi inaugurado em Berlim, onde o design mistura o clássico parisiense com uma estética urbana e industrial. O café conta com móveis inspirados nos parques de Paris e itens típicos da cidade, como estampas xadrez e revistas francesas, recriando a atmosfera dos jardins parisienses. O cardápio inclui croissants, pain au chocolat e cafés artesanais em parceria com especialistas locais. Além de Berlim, outras cidades como Paris e Tóquio também possuem unidades do café, cada uma adaptada ao contexto local, mantendo a identidade francesa com influências regionais.
Recentemente, várias marcas de moda têm ampliado seus horizontes além do vestuário, combinando moda e gastronomia para oferecer aos clientes uma experiência mais ampla e envolvente. Exemplos como Ralph Lauren, Gucci e Tiffany & Co. demonstram como a criação de cafés e restaurantes pode transformar as lojas em destinos multisensoriais. Esses espaços não apenas refletem o estilo de vida das marcas, mas também promovem fidelidade ao criar uma conexão emocional mais profunda com os consumidores. O Le Café Lacoste, com seu ambiente sofisticado e elementos franceses, é um exemplo claro dessa estratégia, reforçando a herança da marca enquanto aumenta a visibilidade e o tráfego nas lojas.
A criação de espaços gastronômicos dentro de marcas de moda oferece uma série de benefícios. Além de proporcionar uma experiência imersiva que conecta os clientes à identidade da marca, esses espaços geram fidelização ao incentivar os consumidores a passarem mais tempo no local. A localização estratégica em lojas principais ou áreas urbanas movimentadas, como o Gucci Osteria em Florença e o Tiffany Blue Box Café em Nova York, transforma essas unidades em pontos turísticos, atraindo tanto clientes habituais quanto novos visitantes curiosos. Ao expandirem para o setor de gastronomia, as marcas se posicionam não apenas como vendedoras de produtos, mas como criadoras de um estilo de vida sofisticado e exclusivo.
Entretanto, para que essa expansão tenha sucesso, alguns pontos devem ser considerados. O conceito gastronômico precisa estar alinhado com a identidade da marca para evitar desconexões. A qualidade dos produtos e do serviço deve ser impecável, garantindo que o café ou restaurante se mantenha competitivo. Além disso, a sustentabilidade é um fator cada vez mais relevante para consumidores conscientes, exigindo práticas ecológicas e ingredientes locais. A escolha de parceiros estratégicos também é crucial, especialmente para marcas sem expertise no setor alimentício, como a parceria da Lacoste com especialistas em café em Berlim.
Cristina Souza, CEO da Gouvêa Foodservice, ressalta que as operações que integram moda e gastronomia podem seguir três modelos: sublocação de espaço, colaboração ou criação de uma operação própria. Independentemente do formato, é fundamental contar com especialistas para garantir que o foco principal da marca não seja prejudicado e que a experiência oferecida seja condizente com a imagem que se deseja transmitir.
A tendência de unir moda e gastronomia se consolida como uma oportunidade única para as marcas se conectarem de forma mais profunda com seus consumidores, oferecendo experiências que vão além do simples consumo de produtos, refletindo e reforçando o estilo de vida e a identidade das marcas.
Fonte: Ana Gimonski | Foto: Divulgação