O jeans já não é mais o mesmo. De acordo com as tendências globais,
encontra-se mergulhado no desejo de não ser mais repetível. Acometido pelo ímpeto de
se diferenciar, em tom de celebração, em um saudoso affair oitentista. Visual proposto
nas passarelas; e imediatamente adotado pelos editoriais. Na edição de Setembro da
Elle França, o mercado anuncia um novo estilo cintilando no
imaginário coletivo. São composições mais pesadas, permitindo exageros; e ousando
mais nas transparências, volumes e misturas de materiais.
E para pontuar todas estas mudanças, o jeans
distanciou-se bastante do visual convencional. Entre os diálogos
propostos para as mangas bufantes e para o peso do couro, a Elle
sugeriu elementos femininos como a estrutura corselet alterando o cós da calça reta em
tom grafite. Já para o desenho pomposo das mangas presunto, interpretada entre rendas
e transparências; a curadoria da publicação garimpou um exemplar de jeans
completamente perfurado por ilhoses em visual delavé. As intromissões do visual índigo
foram poucas, porém com elevado valor de moda: colocadas no mesmo nível de looks
como o macacão longo de cetim, pontuado pelo glamour do laçarote fechando a manga
de um ombro só.
A camisaria de chambray também foi destaque, fugindo da estética conhecida: em
camadas sobrepostas substituindo colarinhos por amarrações. Couro em saias retorcidas
por fechos, matelassê, tricôs pesados e xadrezes antiquados criaram as principais
combinações. Em sua aparição mais essencial, o denim constou em
um combo de lavagens macias onde a jaqueta simulou a traseira do jeans.
VIVIAN DAVID | FOTOS: REPRODUÇÃO