A nova era dos provadores virtuais

O investimento do varejo em provadores virtuais está em crescimento e a forma como as novas tecnologias avançam no e-commerce está ajudando a transformar a maneira de vender e consumir roupas online. Conforme relatório recente do SNS Insider, o mercado de provadores virtuais foi avaliado em US$ 4,89 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões de reais na cotação atual) em 2023 e deve ultrapassar os US$ 23,08 bilhões (R$ 118 bilhões reais) até 2031. O impulso no setor envolve a evolução nas ferramentas de coleta e tratamento de dados do consumidor, estratégias focadas na experiência de compra do cliente e a personalização dos serviços.

O Brasil é um dos países líderes no segmento de tecnologias para a indústria da moda, o que faz com que os provadores virtuais mais tecnológicos já sejam uma realidade ao alcance de grandes varejistas no comércio eletrônico. Este impacto é sentido na redução de custos com devoluções de peças de roupas, por exemplo, uma vez que o “encaixe” da peça ao perfil do consumidor é mais preciso do que era possível prever antigamente. Por consequência, há aumento no volume de vendas de roupas online por conta da conveniência e acessibilidade de roupas variadas ao gosto do consumidor.

O estudo “E-commerce Trends 2024” da OctaDesk e Opinion Box, que entrevistou mais de dois mil consumidores no Brasil, aponta que 58% dos respondentes compraram peças de vestuário online em 2023, quebrando um pouco a barreira de comprar roupas online sem ter a chance de provar o produto antes da compra. Esse percentual supera outros dois grandes focos das compras online no país: calçados (43%) e eletrônicos (43%). Apenas 12% dos consumidores afirmam que não comprariam roupas no e-commerce.

Inteligência de dados

Jorge de Paula, diretor de novos negócios na Audaces, multinacional ítalo-brasileira que é referência mundial em tecnologias para a indústria da moda, destaca que a evolução dos provadores virtuais, antes com sobreposições 2D, vem sendo revolucionados por meio das tecnologias 3D e outros softwares que conseguem determinar com precisão o tamanho dos usuários. Isso reduz as taxas de retorno em função das diferenças de tamanho entre a peça anunciada e a pessoa que irá vestir a peça.

“Essa era da inteligência voltada para os provadores virtuais, com aplicação e análise de dados, promove uma melhor experiência de compra para os clientes ao mesmo tempo em que alimenta uma relação de confiança deles com as marcas — gerando impacto direto sobre a satisfação do consumidor e traduzindo-se em vendas qualificadas para os varejistas”, sinaliza.

Segundo o especialista, a tendência é de que a inovação dos provadores virtuais siga em alta e consiga aprimorar cada vez mais a experiência dos consumidores que optarem por comprar suas roupas por meio do computador ou de smartphones.

“Uma boa estratégia para o varejo online de roupas começa com dados e não em preço. O foco sempre deve ser na entrega de valor para conquistar o respeito do consumidor”, reforça.

Conforme Jorge de Paula, a presença da Audaces em mais de 70 países fez com que a empresa conseguisse desenvolver uma plataforma global chamada Shape-U, que é especializada em fornecer à indústria têxtil recomendações de tamanhos de peças de roupa com dados estratégicos do cliente.

“Indicadores da tecnologia, apontam que o uso correto de informações relevantes é capaz de gerar, em média, 30% de aumento nas vendas e 30% na redução no tempo de compra de uma peça de roupa. Além disso, possibilita, em média, 20% no aumento da taxa de recompra”, afirma.

O impacto dos dados do cliente nas vendas

No âmbito empresarial, uma boa estratégia de vendas de roupas online deve começar pela captura e análise de dados, conforme especialistas da Audaces. Isso porque, no segmento de moda é fundamental fazer recomendações de tamanho de roupas para diferentes perfis de corpos.

“Captar informações do seu público-alvo e fornecer dados e métricas detalhadas que o cliente se identifique e tenha certeza de que fará a melhor escolha de compra é imprescindível para ser competitivo no e-commerce de vestuário. Felizmente, o mercado já possui soluções que possibilitam obter informações valiosas sobre o tamanho médio dos clientes e suas preferências, ampliando as oportunidades de negócios”, ressalta Jorge de Paula.

Outro insight valioso é identificar oportunidades de vendas em compras não concluídas, uma vez que os sites de e-commerce funcionam como grandes vitrines e a concorrência digital pode ser ainda maior do que a de lojas físicas. A todo instante os consumidores são abordados por propagandas online e ter estratégias que captem a atenção dessas pessoas é um diferencial.

“Uma dica é entender o que os consumidores estão experimentando, mas não estão comprando. Essa avaliação é interessante porque pode revelar demandas e tendências de consumo ocultas, que, uma vez identificadas, é possível ajustar sua oferta de produtos de acordo com esses dados”, ensina o executivo.

Fonte: Redação | Foto: Divulgação