Algodão tem alta no preço pelo 7º mês consecutivo no Brasil

O preço do algodão brasileiro voltou a subir em janeiro, sendo o sétimo mês consecutivo de alta na matéria-prima. Entre as principais causas do cenário está a baixa oferta no mercado nacional, especialmente no algodão de qualidade, além das valorizações internacionais, que elevaram o valor da paridade de exportação.

“Muitos agricultores fizeram fluxo de caixa e não tiveram urgência em vender lotes da temporada 2020-21 em janeiro. Traders compraram lotes para cumprir contratos previamente fechados. Quanto às tradings, alguns agentes também compraram e venderam algodão – porém, alguns compradores optaram por trabalhar com o produto em estoque, alegando dificuldades para repassar os preços do algodão aos subprodutos”, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) em seu último relatório quinzenal sobre o mercado brasileiro de algodão.

O Índice CEPEA/ESALQ para o algodão bateu novos recordes nominais na série do CEPEA, atingindo o maior patamar, R$ 7,0845/libra, em 20 de janeiro.

Segundo o levantamento, durante os últimos dias de janeiro, os agentes dos processadores focaram nas vendas – que foram baixas – e, portanto, não tiveram interesse em comprar algodão. Esse contexto somado à depreciação do dólar em relação ao real enfraqueceu os preços.

Em janeiro, o Índice CEPEA/ESALQ para o algodão subiu quase 9%, encerrando o mês em R$6,9822/libra. A média mensal, de R$ 6,8121/libra, foi a maior da série do CEPEA, em termos nominais. Em termos reais (IGP-DI de dezembro de 2021), a média foi 7,08% superior à de dezembro de 2021, 37,68% superior à de janeiro de 2021 e a maior desde abril de 2011.

Em dólares, a média mensal de janeiro fechou em US$ 1,2313/libra, 6,6% abaixo do Cotlook A Index (US$ 1,3181/libra), mas 3,2% acima do primeiro contrato da ICE Futures (US$ 1,1932/libra). Em janeiro, o preço médio do algodão no Brasil foi 7% superior à paridade de exportação.

A semeadura de algodão na safra 2021-22 atingiu 52% da área estimada até 20 de janeiro, segundo a ABRAPA, a associação brasileira de produtores de algodão.

Na Bahia, as atividades de semeadura de algodão estão concluídas em 84% da área, enquanto no Mato Grosso em 40%, Goiás 84%, Minas Gerais 85%, Mato Grosso do Sul 98%, Maranhão 67%, São Paulo 81%, e Piauí também 81%. A semeadura acabou no Paraná.

Fonte: Redação | Foto: Reprodução