Replay faz sucesso no Brasil com novas modelagens e alta tecnologia

Conhecida mundialmente a italiana Replay volta ao Brasil com nova estrutura e sócios brasileiros. A marca, conhecida pelo trabalho primoroso em lavanderia onde a valorização do vintage artesanal se sobressai juntamente com modelagem perfeita e muita tecnologia, abriu suas portas no mês de abril na Rua Oscar Freire em São Paulo, mantém um plano de expansão com lojas pelo país e distrbuição em diferentes multimarcas. O Guia Jeanswear conversou com exclusividade com os sócios que comandam a operação no Brasil, Alexandre Brett ex-dono da VR e Mandi e Luiz Vaiano, proprietário da Canal Concept. Confira.
Guia Jeanswear – A marca já esteve no Brasil e não deu certo. Por que resolveram trazê-la novamente ao país?

Alexandre Brett – A marca esteve no Brasil dentro de um outro contexto. A empresa estava em um momento diferente, eles vieram sozinhos, diretamente, enviaram uma pessoa da equipe deles que não conhecia o mercado brasileiro, não era nem brasileiro. A gente entende que o perfil é perfeito para nosso país, a cara da marca, do produto…agora entrar no Brasil diretamente, sem ninguém que entenda, já tivemos várias marcas que entram, saem e quebram a cara.


Em relação a abrir na mesma rua que a loja anterior é porque não temos muitas opções, teríamos que abrir uma flagship, criar a história da marca de novo, divulgar a marca…e, para criar uma flagship store não daria para abrir num shopping pelo tamanho e porte e principalmente com o showroom em cima. Uma coisa é juntar a loja e showroom onde todos tem que passar pela loja e entender do que a gente está falando, até porque é uma marca que saiu, não é só falar o nome que as pessoas já sabem o conceito, é preciso passar o conceito da marca e, nada melhor do que ver fisicamente.


Guia Jeanswear – Por que abrir num momento de crise?

Luiz Vaianao – Abrimos esse ano por oportunidade, contatos, temos que começar em algum momento, mas temos que ter consciência de fazer o que a gente acredita, de forma correta, com os pés no chão. O mercado está ai pra todo mundo. Foram 10 meses de desenvolvimento do produto, foi rápido, tínhamos um deadline para entregar.


GJ – O que vão fazer para não cometer os mesmos erros do passado?

AB – Principalmente depois da entrada do Matteo (Matteo Sinigaglia, CEO e acionista majoritário da Fashion Box SpA/Replay), na companhia, temos uma coleção, na minha opinião, muito mais adequada para o Brasil, com um mix de produção aqui e produto importado também. A primeira coleção – a de Inverno – foi toda feita lá fora – e, essa aqui do showroom que já é a próxima, a de verão, boa parte já produzida no Brasil, com preços adequados. Quando estavam aqui anteriormente os preços eram absurdos. Agora o ticket médio do produto jeans varia de 300 a 600 reais e a gente acha que isso que é um grande apelo para o público, porque é uma marca internacional, um denim premium, com uma qualidade absurda, com um preço que as pessoas falam : “até que o preço está bom”, normalmente as pessoas respondem que está caro..a gente faz tudo isso a um preço adequado e a gente acredita que é bem diferente do que foi feito lá atrás.


GJ – E em relação à modelagem, vai ter alguma mudança para o corpo da brasileira?

AB – A modelagem já é perfeita , caimento impressionante, ideal para o corpo da brasileira, não é pra menos que as modelos que usam nas campanhas são em sua maioria brasileiras. Temos várias modelagens, a coleção é gigante…tudo isso dentro de um preço que as pessoas vão achar bom, isso é um belo diferencial. A modelagem é a mesma de fora, óbvio que a gente vai direcionando para o que acredita que tenha mais mercado. As matérias-primas são daqui e de lá, já temos parceria com fábricas grandes daqui e com lavanderias também. A gente acredita muito na indústria do jeans no Brasil que é uma referência para o índigo lá fora, todos conhecem o denim do país.


GJ – Qual público que pretendem atingir?

AB – Faixa etária, 20 a 40 anos, jovem e antenado, casual, denim premium, mas não é vanguarda, não sei como definir exatamente, prefiro mostrar imagens do que falar, delimitar.


GJ – Como define o DNA da Replay?

AB – Inovação, com foco no jeans. O Matteo fala que não tem vergonha nenhuma de dizer que o foco é o jeans, é o carro-chefe mesmo porque tem muita marca que é jeanswear mas não quer falar que é, ele fala que tem orgulho do denim, não é tanto informação de moda, mas usar esse DNA da marca, então isso é mais perene do que simplesmente a informação da tendência, do fast fashion, do see now by now, as pessoas querem ter inovação, os lançamentos que a Replay tem, qual a calça nova da marca, eu acho que isso, pelo menos no nosso caso, é um grande diferencial.


Uma calça bem conceituada é desejo sempre, uma calça com uma boa etiqueta, com qualidade tem muito espaço, e a gente ve um buraco muito grande no mercado jeanswear, faltava no Brasil uma marca assim, e a gente vai trazer novidades incríveis ao país.


GJ – Em relação à lavanderia. Como é o trabalho realizado pela marca?

LV – A marca sempre focou nisso. Fizemos um trabalho a quatro mãos onde a equipe da Itália veio pra cá e visitaram com a gente nossos fornecedores para ter a mesma qualidade do que eles fazem lá fora. É um trabalho muito colaborativo com eles, eles falando de lavagens, ajudando nossos fornecedores, trocando ideias. Isso foi muito legal pra gente conseguir desenvolver o próprio fornecedor aqui dentro no Brasil, ter esse feedback do que eles vêem e comentam: “olha você precisa fazer isso aqui, põe mais isso ou aquilo, esse elemento químico, essa lavagem, toda essa colaboração é muito boa.


GJ – Falando do segmento de moda em geral. Como vocês vêem todas essas transformações, do fast fashion, o see now, by now, o slow fashion, a SPFW sem estações pré-definidas?

LV – Hoje dividiu muito, a classe média descobriu o fast fashion, o garimpo de algumas peças que não tem etiqueta, nem nada, mas toda a mulher quer uma assinatura, com uma bolsa, um sapato importante. A grande mudança é essa, é democrático, está todo mundo usando tudo, não tem mais aquele preconceito todo. A informação é muita rápida. Não adiantava fazer o desfile, ai ia a jornalista, saia a revista depois de não sei quanto tempo e, aí o produto ia chegar lá na frente e todo mundo já sabia, já tinha visto e cansado daquela coleção. O importante mais do que isso é o DNA da marca ser mais forte.


GJ – Quais as principais novidades?

LV -Destacamos a tecnologia do jeans, Hyperflex, tecido desenvolvido pela Isko da Turquia, exclusivo da Replay por um tempo, a calça é muito confortável. Outra novidade que acabaram de lançar é a Touch que diminui o fit da mulher em um tamanho, muito confortável, a calça é prensada, vai a 250 graus, é uma legging, veste super bem. Eles falam muito em inovação, sempre tem alguma coisa diferente, alguma coisa nova, não só lavagem, mas também tecnologia, tecido, esses são os grandes diferenciais.


GJ -Quais os projetos de expansão?

AB -Duas lojas este ano, a da Oscar Freire que acabou de ser inaugurada e a do Shopping Jk Iguatemi em São Paulo também, que será aberta em agosto e aí as multimarcas. Nós acreditamos que neste primeiro ano de operação a gente consiga chegar nos 400 pontos de venda e o plano é conquistar 1000 em um ano.