Nesses últimos dois anos, temos falado bastante sobre a procura por locais ao ar livre, pelo contato com a natureza, a necessidade de respirar ar puro, se conectar com algo que te faça bem, seja uma meditação no parque, seja um esporte como escalar montanhas.

Todas essas macrotendências de comportamento já vinham se desenhando mesmo antes da pandemia e começaram a se intensificar após algum tempo que tivemos que ficar fechados em casa. Liberdade, sensação de paz, tranquilidade, adrenalina, seja lá qual sentimento for, o que importa é esse movimento outdoor, contemplação às pequenas coisas e a valorização da saúde mental.

“Está rolando esse boom de outdoor, ou seja, as pessoas querem estar ao ar livre, muito em resposta também aos tempos que a gente passou. Então, unimos esse desejo de ‘open air’, de espaços abertos, ar puro, ao respeito pela natureza e também um novo olhar, de contemplação”, comenta Lorena Botti, coolhunter da Vicunha.

Essa trend denominada Open Air pela Vicunha se desenrola nessa temporada por algumas características interessantes e que têm alto impacto no mundo da moda e, consequentemente, no universo jeanswear.

Muitas são as referências que vêm permeando e invadindo o streetstyle, passarelas e varejo mundial. Temos conforto, temos brilho, cores fortes, decotes e fendas, mas também temos peças funcionais, utilitárias com tecidos sustentáveis e tecnológicos pensados exatamente para promover praticidade, conforto térmico, modelagem anatômica e também alto power em fits mais justos.

Dentro desse contexto, pense em esportes como o skate (super valorizado durante as últimas Olimpíadas que aconteceu no ano passado, principalmente entre as meninas), no surf, esportes radicais, trilhas e caminhadas e a explosão do Glamping, uma nova versão do conhecido camping, porém, luxuoso, chique e confortável. É a moda esportiva mais uma vez inserida no mercado premium e de luxo, onde acessórios, detalhes, recortes chamam atenção e diferenciam o mercado.

Aqui, vale mesclar peças ergonômicas, calças cargo com múltiplos bolsos, alfaiataria juntamente com o aspecto glam da moda.

Entre as modelagens, vale trabalhar desde cinturas super baixas com referências aos anos 2000 até as mais altas, em shapes larguinhos, oversizeds ou a baggy da década de 90, além de estampas coloridas ou sarjas clássicas no cáqui, areia e marrom, jaquetas utilitárias e o estilo grunge, bem larguinho.

“Temos essa coisa mais camping mesmo, funcional. Peças cargo com bolsos utilitários são importantes para essa estética do servir, não somente um look interessante, mas que te ajuda no dia a dia a carregar, fazer esportes… Vemos essas referências muito presentes no skate no universo feminino e destacamos algumas coleções como o último Verão da Ganni que trouxe essas garotas skatistas, numa tendência solar”, aborda Lorena.

“A tendência ‘Gorpcore‘ também continua e tem a ver com os esportes em tecidos com tecnologia e funcionalidade em calças ou saias em sarja. Por um outro lado, temos os ‘Glam nômades‘ que traz a alfaiataria para o jeanswear com shapes mais soltos e sofisticados e o ‘Mundo Distópico‘, irreal, imaginário e conectado ao aspecto vintage em peças dirty, visual empoeirado”, aponta a coolhunter.

Destaque ainda para o estilo militar, o laser muito trabalhado em estampas de flores e natureza, recortes em tons neutros e esportivos como terrosos, naturais marrons, verdes, tanto quanto tons esmaecidos e, cores vibrantes e sintéticas como neons, laranja, vermelho, amarelo e azul royal. “Quando a gente mistura as tonalidades naturais com as cores esportivas temos o estilo Open Air”, afirma Lorena sobre a tendência que une praticidade, conforto, funcionalidade e, principalmente, a preocupação com o meio ambiente.

Lorena aponta a confirmação dessas tendências nas últimas semanas de moda, por exemplo, com bolsos utilitários, referências aos anos 2000, alfaiataria, blocos de cores e os estilos militar chique e boho moderno em marcas como Etro, Dsquared2, Diesel, Tory Burch e Dior.

Tecidos

Dentro dessa tendência os destaques da coleção da Vicunha ficam por conta das fibras e acabamentos diferenciados.

A fibra de Cânhamo (Cannabis sativa) no Denim, o Hemp Denim, com 66% algodão e 34% cânhamo, 1,70 metros de largura e peso de 7,8 oz e o Hemp Denim Light, com peso de 4,7 oz, lembra o linho, ganha construção tela, 4×1, com diagonal marcada, alto brilho.

No denim colour, o Maragogi, sarja marcada 3×1, com 7oz e Itacaré, peso de 4,4oz e aspecto natural.

“Maragogi e Hemp Denim têm aspecto sarjado, são mais pesados e Itacaré e Hemp Denim Light são leves. Esses artigos misturam o algodão com o cânhamo, fibra ecofriendly, que consome menos água e mantém propriedades bacteriostáticas – respirável, antibacteriana, biodegradável e hipoalergênica”, relata Lorena.

Essa nova fibra tem feito muito sucesso, com bastante aceitação pelo mercado e já com collabs que serão lançadas ao longo do ano ou que estão presentes nas lojas como a parceria com a Uma X, linha sustentável da marca, em uma coleção que ganhou ilustrações de Estela May, onde entram t-shirts, bermudas, bolsas, tops e um chapéu, todos all-gender, produzidos na sarja Itacaré.

Por um outro lado, a têxtil lançou também o acabamento wash less desenvolvido juntamente com a Polygiene que traz a tecnologia anti-odor para eliminação de cheiros causados por bactérias, como o suor e fontes externas (cigarro, fumaça de cozinha, etc), utilizando menos ciclos de lavagens domésticas e colaborando para a sustentabilidade, ideal para esse lifestyle que fala de uma vida ativa, com muita ação através dos esportes e o contato com a natureza.

Na linha Denim, o Sport Wash Less, vem com peso de 6,2 oz, uma base moletom, com elasticidade que proporciona conforto e flexibilidade e o Slight Wash Less, base em 100% algodão, mais leve, peso de 5,2 oz, 1,62 metros de largura. Já nas sarjas, o Spinning Wash Less, com toque macio, conforto, ótima largura e elasticidade, construção moletom e o Bolt Wash Less para peças leves e fluídas.

Fonte: Vanessa de Castro | Fotos: Reprodução