Na moda, a busca por liberdade funciona como um chamado para algumas silhuetas. É o caso das bainhas amplas que conferem efeito dramático ao jeans flare.
Se no passado setentista o fit conferiu uma espécie de efeito “mise en scéne” ao look hippie, os tempos atuais vão recorrer novamente à modelagem por um motivo semelhante: chamar atenção. A causa, no entanto, mudou. Por liberdade, leia-se diversidade, e este será o grande discurso defendido pelo fit no Verão 2021 (equivalente ao 2022 brasileiro).

Balmain
Segundo as coleções de Nova Iorque, Paris e Milão, para cada comportamento, tipo de corpo e estilo de vida do consumidor de moda atual haverá um estilo de jeans flare diferenciado.
O jeitão Boho teve sua personificação do estilo no visual stonewash com cintura elevada de Paco Rabanne. Vanguardistas em busca de motivos para praticar o fashionismo, sentiram-se representados pela retomada da cropped flare em Zadig Voltaire. Consumidoras de luxo encontrarão suas escolhas de flare ideais nas versões esguias do fit de Balmain. E por fim, corpos reais com atitudes e idades diferentes encontraram seu discurso mais autêntico em Xuly Bet.
O jeans flare do século 21 vai muito além das regras de altura de gancho e amplitude de bainha. É uma peça experimental, que pode se mesclar às medidas e ao corte de outras modelagens retrô. Destas fusões criativas, as medidas influenciam também a oferta das pantalonas com diversos caimentos, do baggy ao pijama.
Marques Almeida, apresentou verdadeiros experimentos conciliando no mesmo corte da pantalona características da calça baggy. Como se a ousadia não bastasse, relaxou o gancho, revelou o umbigo e sobrepôs tingimentos otimistas sobre fundos ácidos. Entre produções de jeans e tops com babados de um ombro só, a grife definitivamente inseriu o fit na galeria dos coloridos desejo da estação.
Já Jonas Gustavsson mesclou a modelagem pantalona com o look trabalhado da calça cargo para moldar uma persona com perfume completamente exótico e global. O resultado passou longe do utilitarismo e foi de encontro ao romantismo.
Enquanto isso, Victoria Beckham atendeu a busca pela roupa essencial “Zen” capaz de preparar o espírito para um estado de inspiração mais elevado. A tradução para o jeans foi uma modelagem de pantalona relaxada e estilo pijama, mas com os típicos patches de triângulo das bocas de sino.
Nesta tendência, um país miscigenado com extensão continental como o Brasil tem vantagem. Em termos de diversidade, ainda tem muitas versões para agregar.
Pense na pantalona que combina com a moda praia, ou na flare cuja bainha foi feita para ser “arrastada na areia da praia”. Imagine a versão zen da pantalona com jeitão de saída de banho, ou mesmo com amarração lateral estilo envelope. Visualize todas as estampas e cores vibrantes que tanto combinam com nossa diversidade, contemplada pelos fits.
A flare da balada, a pantalona do romance, a boca de sino da cidade: todas tendem a ganhar uma versão mais plural por aqui. Fica então a referência, das variações já criadas em patamar mundial, para encorajar novas e autênticas versões para o jeans nacional.
Fonte: Vivian David | Fotos: Reprodução
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