A eterna e internacional atração de ser uma garota francesa, com toda a “desenvoltura” que essa personagem idealizada implica. Este tem sido o deleite inspiracional das casas parisienses, em seus momentos mais experimentais da temporada de Verão 2020 (2021 nacional). Inclua-se nessa lista Chanel, que explorou a temática enquanto mencionou as películas contestatórias do cinema Nouvelle Vague – famosas por retratar atrizes jovens através das luzes honestas da vida real nas décadas de 50 e 60.
Virgine Viard em sua primeira apresentação da casa, seguiu os planos de sugerir um guarda-roupa prático para a garota jovem, legado de Karl Lagerfeld. No espaço reservado para o denim, o material se diferenciou pelo mise en scéne de volumes pomposos criados por babados. Virgine os organizou em formato listrado, variando as direções, em jaquetas com contornos circulares, romantizadas por apresentáveis cravos no busto.
Para a parte inferior dessa produção, sugeriu bermudas longas e sequinhas enfeitadas por acessórios de correntes. Já no mix de calças, optou por modelos repletos de informações de alfaiataria; como pregas, caimento chino e bolsos faca.
Novas “casualizações” do twinset se transformaram em vestidos estampados e fluidos, e em combos de corrida finos e sociais. Mas foi o navy que predominou no mix denim, tanto em suas versões de índigo quanto em suas variações coloridas do tom vermelho. Tudo sempre com cintura elevada, ganchos longilíneos e cintos discretos moldando a feminidade pelo efeito acinturado belted.
Já era de se esperar que Chanel atendesse à demanda dos consumidores que querem voltar a vestir alfaiataria de uma maneira completamente inesperada. Mas para o setor denim, as direções de moda e estilo vão muito além dos cortes precisos e pregas marcadas. Envolvem também comprimentos, volumes, confirmação de cores e uma profusão de novas possibilidades para os babados.
Fonte: Vivian David | Fotos: Reprodução