Os destaques em Denim da Copenhagen Fashion Week para o Inverno 2026

A Copenhagen Fashion Week reafirmou sua posição como uma das passarelas mais inovadoras da moda, apresentando um panorama ousado das tendências que definirão o mercado do denim para o Outono/Inverno 2025-2026. Das rosetas aplicadas a macacões de inspiração motoqueira da Gestuz ao renascimento da estética grunge-meets-rave promovida por marcas como Fine Chaos e Deadwood, a temporada celebrou a experimentação e a quebra de regras. O jeans, sempre versátil, foi reinterpretado em peças que transitam entre a alfaiataria sofisticada e o streetwear desconstruído.

A presença do denim escuro bruto foi um dos grandes destaques, inserindo um toque casual a peças refinadas. A Rotate surpreendeu ao misturar o jeans com vestidos de veludo e cetim de seda, além de trazer modelos de calças em shape cocoon e skinny, decorados com suas icônicas flores 3D. Já a CMMN SWDN, que fez sua estreia na moda feminina, apostou na coordenação de peças em jeans escuro, destacando camisas com golas exageradas e calças que remetem à alfaiataria masculina.

O espírito “no rules” pautou coleções como a da Baum und Pferdgarten, intitulada Heartbeats, que combinou o charme bucólico britânico com referências retrô. O jeans apareceu em jaquetas utilitárias, mini vestidos com aplicações florais brilhantes e calças de lavagem desbotada com costuras inspiradas no workwear. A mistura de texturas foi outro ponto alto, com o denim vintage sendo usado com botas largas, estampas de leopardo e xadrez, reforçando a estética eclética e irreverente.

Na contramão da extravagância, marcas como Munthe e Caro Editions apostaram na sofisticação atemporal do jeans. Munthe resgatou a estética universitária dos anos 70, com jeans de pernas largas e barras desfiadas, além de calças culotte e modelos flare mais polidos. Já a Caro Editions trouxe um outono refinado, com jeans coordenados a tweeds da Chanel e veludo, refletindo a visão autoral da designer Caroline Bille Brahe. O compromisso sustentável também esteve em evidência, com a Alectra Rothschild Masculina priorizando materiais upcycled e tecidos de deadstock, enquanto a Aiayu apresentou calças de cintura alta feitas de algodão orgânico certificado.

As narrativas conceituais também marcaram presença, como na coleção da Won Hundred, que explorou a dualidade entre colapso e reconstrução. Lavagens escuras, tecidos desgastados e efeitos que remetiam à sujeira foram contrastados com camisas de seda, couro texturizado e veludo cotelê. Já a Alis reafirmou sua identidade streetwear com peças volumosas e um jeans tingido de verde ácido, evocando energia e rebeldia. A Skall Studio, por sua vez, apostou na delicadeza com jeans em tons creme, compondo uma estética elegante e artesanal. O denim, reinventado sob múltiplas perspectivas, se consolida mais uma vez como uma das matérias-primas mais versáteis da moda contemporânea.

Fonte: Ana Gimonski | Foto: Divulgação