O que você acha do nome Azzas 2154 S.A a ser dado a uma das holdings mais poderosas da indústria da moda brasileira? Bem marcante, não? Pois é, esse é o nome que a Arezzo acabou de criar 3 meses após a fusão com o Grupo Soma.
Alexandre Birman, CEO da Arezzo, escolheu o número 2154 como referência ao mote “Arezzo rumo a 2154“, uma visão estratégica de futuro para a companhia.
De acordo com o documento convocando para AGE (Assembleia Geral Extraordinária), onde a proposta será votada pelos acionistas no próximo dia 18 de junho, “com a nova marca, a companhia fortalece a representatividade de todo o seu portfólio, consolidando sua identidade no mercado”.
A fusão entre o Grupo Arezzo, detentor de marcas como Arezzo, Schutz e Anacapri, e o Grupo Soma, dono das marcas Hering e Farm, propõe criar um conglomerado com 34 marcas, 2.057 lojas, 1.520 franquias, 22.000 multimarcas, 22.000 funcionários e uma receita bruta anual de R$ 11,98 bilhões.
“A alteração da denominação social tem como objetivo estabelecer uma nova marca que represente o conceito da empresa resultante da incorporação. Esta mudança visa comunicar ao mercado o surgimento da nova empresa, que engloba quatro verticais de negócios distintas: (i) calçados e bolsas; (ii) vestuário feminino lifestyle; (iii) vestuário masculino lifestyle; e (iv) vestuário democrático”, comunicou a Arezzo.
Com a incorporação do Grupo Soma pela Arezzo, os acionistas do Grupo Soma irão receber 0,120446593048 da nova ação ordinária da Arezzo para cada 1 ação ordinária do Grupo Soma, conforme a proposta enviada à CVM.
Caso haja descumprimento de diversas obrigações assumidas, como exclusividade e não concorrência, além de hipóteses de dolo, fraude ou má-fé de administradores, uma multa no valor de R$ 500 milhões deverá ser aplicada, segundo o acordo de associação.
Após a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a fusão no dia 27 de março, ficou estabelecido que o CEO da Arezzo, Alexandre Birman, ficará à frente da holding Azzas 2154, enquanto Roberto Jatahy, CEO do Grupo Soma, comandará a unidade de vestuário feminino. Rony Meisler continuará como CEO da unidade AR&Co e Thiago Hering manterá sua posição como CEO da Hering.
De acordo com relatório do Goldman Sachs, o processo de fusão deverá apresentar avanços e gerar receita adicional apenas em 2025, após a Arezzo reportar dados do primeiro trimestre relatando fraco desempenho do canal multimarcas e “contínua fraqueza” da marca Schutz.
O aumento das deduções por conta das mudanças fiscais também foi outro causador da desaceleração das vendas da Arezzo e do Grupo Soma, segundo a equipe de research do Itaú BBA.
Os analistas destacaram as tendências de margem bruta favoráveis em ambas as empresas, porém notaram que o aumento das despesas gerais e administrativas, juntamente com a pressão sobre a margem Ebitda, diminuíram os ganhos de margem.
“No futuro, esperamos que as primeiras notícias sobre oportunidades de vendas cruzadas para a New Co [termo usado para descrever a empresa a ser criada, definida como Azzas 2154] sejam o principal gatilho para as ações”, escreveu o analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, mantendo a recomendação de outperform (desempenho acima da média de mercado), com preço-alvo de R$ 71 (ARZZ3) e R$ 9 (SOMA3).
A ação da Arezzo encerrou cotada a R$ 49,09, na última sexta-feira (17). Já a do Grupo Soma fechou a R$ 5,85. As ações da Arezzo registram uma queda de 24% neste ano, enquanto os papéis do Grupo Soma apresentam uma baixa de 21,5%, em comparação com o desempenho negativo do Ibovespa de 5,18% no mesmo período.
Fonte: Ana Gimonski | Foto: Divulgação