Marcas de luxo apostam alto no metaverso

As marcas de luxo estão adentrando cada vez mais no metaverso. Dia após dia, uma nova grife investe em artigos voltados para o mundo virtual, em projetos cada vez mais diversificados.

É possível dizer que nomes como Louis Vuitton, Balenciaga e Gucci – que chegou a criar um espaço interativo dentro do aplicativo Zepeto – abriram caminho para este tipo de investimento até aqui, com lançamentos voltados para o “vestir” dentro no mundo virtual. A partir daí, outras marcas estão se aventurando no mercado e apostando em parcerias para tal.

Entre as últimas novidades está a Philipp Plein, que desembolsou o equivalente a 1,2 milhões de euros para adquirir um enorme terreno no metaverso Decentraland, e até mesmo a própria Gucci, que investiu em um espaço na plataforma digital dedicada aos videogames, The Sandbox, para criar “experiências imersivas”. Já a Prada apresentou uma linha esportiva totalmente voltada para o videogame de esportes radicais Riders Republic – com equipamentos virtuais como esquis, motos de neve e fat bikes.

Outro ponto que tem ganhado força no mercado de luxo é a aposta nos NFTs, “tokens não fungíveis” certificados como únicos e não intercambiáveis ​​no mundo virtual graças ao blockchain. Semelhante aos certificados de autenticidade, esses ativos digitais são invioláveis ​​e permitem que as marcas criem novos modelos exclusivos em versão digital ou em conjunto com sua contraparte física.

Contudo, o fato não impediu que outros players reproduzissem virtualmente os produtos de marcas conhecidas, como bolsas Hermès ou tênis Nike, para revendê-los na web. Mas isto não inibiu o investimento no universo.

Dolce & Gabbana, AZ Factory e Givenchy, associadas ao designer gráfico Chito, projetaram suas NFTs, seguidas pela Balmain, que fez uma parceria com a Barbie. Por sua vez, a Prada lançou um projeto NFT de arte com a Adidas em janeiro. A Kenzo que, paralelamente à primeira coleção cápsula do novo diretor artístico, Nigo, criou 100 NFTs que serão distribuídos por sorteio aos clientes que comprarem um peça física da coleção e forem cadastrados no site. Os escolhidos terão acesso a conteúdos exclusivos “no mundo de Kenzo”.

Há ainda a estreia da Ambush, marca japonesa da designer americana-coreana Yoon Ahn, que está prestes a se apresentar em Milão. A partir de 14 de fevereiro, a coleção “Reboot” de 2.200 NFTs está à venda na web em 3D, reproduzindo anéis inspirados em seu emblemático design pop Pow!, o mesmo que levou a designer ao sucesso nos anos 2000, quando começou a criar joias.

Assim como a Kenzo, os proprietários destes NTFs da Ambush se beneficiarão do “acesso exclusivo a eventos online, bem como bônus e vantagens especiais”. A marca também se juntou ao aplicativo Discord e criou um servidor.

Em um comunicado à imprensa, a Ambush explica que quer “criar uma nova comunidade no metaverso para receber e se conectar com os fãs virtualmente”. Os NTFs não são apenas tokens digitais, mas sim uma espécie de “carteirinha de associado“.​

Outro exemplo de NFTs de SuperGucci, do início de fevereiro, vendido pela marca pertencente ao Kering em seu site Vault, criado com a especialista em brinquedos artísticos, Superplastic, e combinados com figuras reais em porcelana pintada. No processo, a Gucci está desenvolvendo sua e-concept store Vault, inicialmente destinada à revenda de suas peças de arquivo, em um ambiente de experiências digitais.

Segundo Alessandro Michele, o site, que também acaba de abrir uma conta própria no Instagram, é “um espaço onde o passado, presente e futuro convivem pelo poder da imaginação“. Ainda através da Vault, a marca se juntou ao Discord para criar o servidor Gucci Vault Discord, e anunciou nas redes sociais a compra de um terreno virtual no jogo The Sandbox, sob a bandeira da Vault. O objetivo é multiplicar experiências e ocupar o terreno, explorando todas as possibilidades desse novo universo.

O mercado ainda conta com a OTB, grupo que engloba marcas como Jil Sander, Maison Margiela e Marni, por exemplo, criou a BVX (Brave virtual xperience), uma empresa inteiramente dedicada a possíveis desenvolvimentos no metaverso. A Balenciaga também anunciou que está considerando a criação de um departamento dedicado.

Fonte: Redação | Fotos: Reprodução