Marketing de Influência e Sustentabilidade em pauta no Focus Fashion Summit

A 5ª edição do Focus Fashion Summit 2023, maior evento da indústria têxtil da moda da América Latina, aconteceu entre os dias 7 e 9 de novembro e se consolidou com um dos mais importantes do segmento. Entre os assuntos abordados, Rafael Coca – CoFounder & CSO Spark, agência focada no marketing de influência, levou para o evento uma conversa muito pertinente com relação às mídias sociais que o brasileiro tanto ama e a sua importância na venda de produtos.

Segundo pesquisas há uma perspectiva de crescimento de 38% no volume de investimento das marcas no digital, 65% das pessoas lembram mais dos influencers do que a propaganda tradicional e temos no país em torno de 10,5 milhões de pessoas que seguem essa profissão.

Atualmente é preciso produzir conteúdo relevante para seu público-alvo. Normalmente as pessoas seguem os perfis porque abordam assuntos de interesse, por ter recomendações de produtos e serviços, entre outros, tudo em um novo contexto de consumo e comunicação.

“Influenciador Digital é um produtor de conteúdo digital que construiu uma audiência ao seu redor com confiança suficiente para impactar suas decisões”, diz Rafael Coca.

É interessante observar que o número de seguidores não influencia, mas sim o quanto sabem sobre determinado tema. Os conteúdos precisam ser rápidos com textos curtos e várias inserções nos stories.

Ainda segundo dados coletados, 66% já compraram ou visitaram estabelecimentos indicados pelo influencer e eles vendem de tudo com destaque para segmentos de áudio/vídeo, moda e beleza.

“Antes as marcas contavam suas histórias às pessoas. Hoje, pessoas contam histórias (das marcas) para outras pessoas”, afirma Rafael Coca

E o que precisamos saber para engajar e faturar dentro dessa estratégia de marketing?

1) Menos influenciador, mais criador

Segundo Rafael, influenciar não é o ponto de partida, mas sim o repertório, a conexão precisa ser relevante antes para ser percebido como influenciador. É entender que é um líder falando com a sua comunidade, o quanto tem de diálogo, engajamento. Os micro influenciadores têm sua narrativa própria, não importa o número de seguidores.

2) Tem que ser chamativo para que a gente pare e preste atenção. Em campanhas tradicionais, há o controle de tudo, com os criadores, não. Eles fazem do jeito deles focados em sua audiência.

3) Criador Empreendedor: quase 70% dos influenciadores vivem dessa renda e também criaram seus próprios negócios.

4) Influenciadores enquanto comerciantes com canais de venda ao vivo. É o fenômeno do Live Shopping onde o produto é vendido na hora, tudo deve ser concentrado em uma plataforma só e a mídia preferida é o Instagram, seguido do Youtube. A Live Commerce é o “shoptime” da era digital.

5) A moda nas redes sociais: foram quase 48 milhões de postagens entre janeiro e setembro desse ano e uma média de 4,28% de engajamento.

Sustentabilidade como Solução

João Souza, diretor comercial e de produtos da C&A Brasil trouxe a sustentabilidade como base para a linha &Jeans que vem ganhando cada vez mais espaço na fast fashion. Os consumidores estão super conscientes e acham importante comprar materiais sustentáveis, sendo um fato que influencia a decisão de compra, porém ele não está disposto a pagar mais por isso. E a linha &Jeans vem para suprir essa demanda e já conta com mais de 1,5bi de faturamento, 13mm de peças e 7mil modelos fabricados por ano com foco em informação de moda e práticas sustentáveis.

No pós-pandemia, com alta da inflação, os produtos com preços mais baixos, sem percepção de qualidade e tendências, não estavam atraindo os clientes. Para isso, a solução foi realizar uma parceria com a Daz Roupaz, loja que trabalha com second hand e já tinha toda a expertise de vendas e curadoria. O magazine passou a comercializar essas peças e também tornou-se ponto de coleta de roupas usadas. Em 7 dias, 93% das peças já tinham sido vendidas.

Outra ação em prol da circularidade foi a collab com a marca Ventana que faz um trabalho incrível com patchwork. Mais um sucesso com 70% de vendas em 4 semanas e custo 27% menor graças ao reuso de tecidos e a utilização de menos água em parceria com a Jeanologia, com uma redução de 85%. “Visualmente o produto e o valor são iguais a outro jeans. As peças sustentáveis não precisam ser mais caras”, comenta João Souza.

Fonte: Vanessa de Castro | Foto: Equipe Guia Jeanswear