Pequenos e médios negócios buscam estratégias para sobreviver em cenário econômico desafiador

A crescente polarização global e os desafios econômicos do segundo mandato de Donald Trump, somados às expectativas do governo Lula, criam um ambiente de incerteza para o setor de comércio e varejo no Brasil. Inflação persistente, juros elevados, aumento da carga tributária e concorrência com grandes grupos internacionais complicam ainda mais a situação, especialmente para pequenas e médias empresas. Sem sinais de melhora a curto prazo, os empresários buscam alternativas para se manterem competitivos e rentáveis.

Diante desse cenário, modelos de integração de negócios surgem como uma alternativa viável para garantir maior poder de negociação, reduzir custos e fortalecer a presença no mercado. As Centrais de Negócios, por exemplo, reúnem operadores independentes que se organizam para otimizar compras, logística e gestão. No Brasil, esse modelo já é adotado por redes de supermercados e farmácias, como a Rede Brasil de Supermercados e a Abrafarma, que representam centenas de lojas em diferentes estados.

Outra estratégia relevante são os Grupos Voluntários, que unem pequenos negócios para atuar em conjunto de forma menos estruturada, mas com potencial de amadurecimento futuro. Um exemplo é o Juntos Somos Mais, criado pela Votorantim Cimentos e posteriormente integrado por empresas como Tigre e Gerdau. A iniciativa tem impulsionado o varejo da construção civil por meio da digitalização, certificação de segurança e inteligência de mercado, tornando-se um modelo inspirador para outros segmentos.

O licenciamento e o sistema de franquias também se destacam como alternativas para empresários que buscam crescimento estruturado. A rede Smart, do atacadista Martins, e a DPaschoal são exemplos de empresas que utilizam o licenciamento para expandir sua atuação, oferecendo suporte operacional e logístico para parceiros. Já o franchising, consolidado no Brasil com marcas como O Boticário, Cacau Show e McDonald’s, continua sendo uma opção segura para empreendedores que desejam ingressar no varejo com menor risco.

Diante de tantas incertezas, fica evidente que a colaboração e a integração entre empresas são caminhos fundamentais para enfrentar os desafios econômicos atuais. Embora a independência seja uma característica forte entre pequenos empresários, o fortalecimento coletivo pode ser a chave para garantir a sobrevivência e o crescimento no setor. A reflexão sobre essas alternativas torna-se essencial para quem deseja continuar competitivo em um mercado cada vez mais exigente e globalizado.

Fonte: Ana Gimonski | Foto: Divulgação