Projeto Trama Afetiva discute relação entre produtor e consumidor, no BEFW

O mundo da moda apresenta milhares de opções para que o consumidor usufrua de uma experiência que o faça se sentir representado, valorizado, e também demonstre seus interesses, crenças e muitas outras coisas. Mas diante desse universo, será que é possível conhecer quem está por trás de cada peça, coleção ou acessório que usamos?

A Fundação Hermann Hering, criou o Projeto Trama Afetiva, em Pernambuco, que visa propor um olhar transformador e dar novo sentido aos resíduos têxteis. Nele, os profissionais procuram uma ressignificação, entender o que está acontecendo, para então acolher e respeitar, inclusive o que não parece óbvio. Estamos diante de um consumidor que está acostumado a buscar tudo o que é novo e diferente, e trabalhar para entender o outro ajuda a desenvolver um crescimento individual e coletivo.

O projeto participou da 2ª edição do Brasil Eco Fashion Week, no dia 16 de novembro, para falar sobre esse comportamento focado em um pensamento ético e socioambiental. Jackson Araujo, idealizador do Trama, junto a Amélia Malheiros, Itiana Pasetti, Zina Leal, Eduardo Borém e Jorge Feitosa, aproveitaram a ocasião para abordar a necessidade que a indústria e o varejo tem de se aproximarem das novas relações de criação, produção, educação e consumo, já que a moda é uma grande ferramenta política propulsora, onde há espaço para tocar em um assunto tão delicado, que é a sustentabilidade.

Além de trazer essa ressignificação, o Trama Afetiva trabalha com o Cardume de Mães, grupo de costureiras em um ajuntamento que desenvolve as habilidades de cada uma, em um conceito Up Cycling, com tecidos e materiais reciclados, transformando o que é visto por uns como lixo, em matéria prima para novas peças de grande valor.

A economia afetiva é um aprendizado para o futuro, para as novas relações, e compreender o lixo é compreender o ser humano. Ao valorizar o trabalho de milhares de pessoas, e essa conexão entre pequenos empreendedores, confecções familiares e o respeito à natureza, investe em um ecossistema, onde a moda sustentável é a ferramenta de transformação para diminuir as desigualdades.

Fonte: Beatriz Fleira | Fotos: AGÊNCIA FOTOSITE