Em uma edição mais enxuta (17 marcas), o São Paulo Fashion Week, inicia suas comemorações de 30 anos de evento. A maior semana de moda da América Latina já passou por várias mudanças (de espaço, locações, patrocínio, número de marcas, entre outras) e vêm seguindo as transformações no mundo e na moda.
No SPFWN59, os desfiles se concentraram no JK Iguatemi, além de locações externas, de acordo com cada grife e seu estilo. Por exemplo, a marca streetwear Piet escolheu o Estádio do Pacaembu, Alexandre Herchcovitch colocou suas roupas neon para brilhar na luz negra da Boate Blue Space, João Pimenta levou sua alfaiataria para a clássica Sala São Paulo e, a Handred na Galeria Passado Composto.
Mesmo sem convites à venda e, lounges que promovam ações de seus produtos, ainda houve aquele famoso burburinho perto da única sala de desfiles. E o mais legal e curioso é ficar observando que cada marca tem sua tribo, com convidados, muitas vezes, já vestidos no mood do estilista, com peças da nova coleção e, tudo isso, em meio ao público AAA do JK. Como vemos, a moda realmente é democrática.
Celebridades, famosos ou não, também estiveram presentes nessa edição. Na passarela, vimos a atriz Deborah Secco como um robô na apresentação de Dario Mittmann, Gabi Amarantos representando o Pará em seu vestido ampulheta na marca baiana Dendezeiro, a ex-BBB Bia Reis na divertida LED que prestou uma homenagem à televisão brasileira e Dira Paes na Normando com uma alfaiataria precisa e desconectada.
Key Itens
Vale a pena ficar de olho nas listras, tanto no denim em tons contrastantes quanto nas sarjas colors, oncinhas que invadiram diferentes marcas e estilos, ora irreverentes, ora sexys ou com jeitão street. Já a alfaiataria cresce cada vez mais e brinca com formas amplas, vazados, detalhes de cintos que marcam a cintura e blazers desconstruídos.
As matérias-primas artesanais continuam valorizando nosso país, sem clichês, onde entram o látex da Amazônia, palha de buriti, juta, além de crochês modernos e coloridos.
O geometrismo nos modelos se destaca pelos ombros marcados, recortes e costuras. O mood artsy ganha espaço em estampas, tapeçaria e desenhos bordados (Handred).
Não podemos esquecer a moda festa – ousada e repleta de brilho de Walério Araújo e o streetwear descolado da Piet que encerrou a semana de moda.
Muitas listras como nas marcas Aluf, Reptilia e LED, xadrezes (Herchcovitch, À La Garçonne e Piet) que ganham diferentes referências e os camuflados que surgem com toques utilitários ou sofisticados.
Entre as cores, surge o neon e tons vivos de Herchcovitch, os delicados uva, vinho e rosa em Weider Silverio, os azuis da Reptilia, os marrons e vinho da Aluf e os clássicos – nude, caramelo, off hwite, cinza e preto, que aparecem em profusão na moda minimalista da MNMAL.
Denim e Sarja
O jeans vem limpo, clean, tanto no raw quanto no baby blue e com poucos trabalhos em lavanderia, seguindo o conceito da alfaiataria ou do look casual, com exceção dos destroyers da Piet e dos marmorizados e aspecto desfeito de Dario Mittmann.
O white denim também faz sucesso com foco na tendência natural e informação de moda. Destaque ainda para os jeans customizadas da marca À La Garçonne onde há a mistura de tecidos, além de referências militares em casacos quentinhos. Tudo com carinha vintage.
Sarjas e tecidos tecnológicos se fundem em fits confortáveis e amplos com tons terrosos ou no branco e preto. Aqui entram bermudas e calças soltinhas ou slims, camisas com recorte quadrado e jaquetas com uma pegada esportiva. Os shapes são retos ou amplos com destaque para a comfort, pantalonas e a mom da Aluf.
Entre os detalhes, preste atenção nas pregas, barras viradas e alongadas, cintura clochard, aviamentos sportswear, modelagens croppeds, manchas de sujinho, listras e camuflados.
Fonte: Vanessa de Castro | Foto: Divulgação